O principal objetivo dos militares ucranianos é perturbar a missão da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) e impedir a interação entre a Rússia, as autoridades da região de Zaporizhia e a AIEA, segundo administração local.
Por Redação, com Sputnik - de Kiev
Um ataque ucraniano atingiu o edifício especial № 1, onde é armazenado o combustível para reatores da usina nuclear de Zaporizhia pronto para ser utilizado, informaram as autoridades locais nesta segunda-feira.
O telhado do edifício foi danificado na sequência do ataque, disse no canal de Telegram Vladimir Rogov, representante da administração da região de Zaporizhia.
Ele também compartilhou uma foto do buraco no telhado que teria sido causado pelo ataque das forças ucranianas. A instalação de armazenamento danificada alberga combustível nuclear não utilizado para reatores da usina de Zaporizhia, que é a maior da Europa.
Informa-se também que os militares ucranianos realizaram disparos contínuos perto da usina nuclear e das localidades vizinhas, informou a administração da cidade de Energodar.
"As Forças Armadas da Ucrânia estão disparando com artilharia perto das unidades de energia da usina nuclear de Zaporizhia", aponta o comunicado.
Militares ucranianos
O principal objetivo dos militares ucranianos é perturbar a missão da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) e impedir a interação entre a Rússia, as autoridades da região de Zaporizhia e a AIEA, segundo administração local.
Após o bombardeamento das tropas ucranianas, a situação na usina está controlada e a radiação está em níveis normais, informou Rogov à agência russa de notícias Sputnik.
Ele acrescentou que o ataque contra a usina de Zaporizhia foi realizado por um obuseiro M777 e que o funcionamento das instalações não foi afetado.
Autoridades não descartam cenário de Chernobyl e Fukushima
Um possível acidente na usina nuclear de Zaporizhia resultante dos ataques realizados por militares ucranianos poderia ser comparável às consequências das catástrofes de Chernobyl e Fukushima, disse em entrevista à Sputnik o chefe da administração cívico-militar da região, Yevgeny Balitsky.
– Em caso de emissão de radiação, as consequências serão catastróficas não só para a região de Zaporizhia. Será uma situação equivalente às que aconteceram nas usinas nucleares de Chernobyl e Fukushima – disse Balitsky.
Ele citou a opinião de especialistas, segundo os quais, se os geradores de reserva e as bombas móveis falharem, o núcleo do reator vai superaquecer e a instalação colapsará, com substâncias radioativas sendo ejetadas na atmosfera e disseminadas em milhares de quilômetros.
O chefe da administração avisou também que um possível acidente na usina nuclear de Zaporizhia pode se tornar uma catástrofe para toda a Europa, pois a radiação poderia se espalhar para o Canal da Crimeia e, em seguida, para todo o mar Negro.
– O acidente de Chernobyl afetou dezenas de países, e a usina nuclear de Zaporizhia é a maior na Europa, todos devem saber isso – ressaltou Balitsky.
No domingo, o Ministério da Defesa da Rússia informou que as tropas ucranianas voltaram a alvejar a usina nuclear de Zaporizhia. Desde o início de agosto, as tropas ucranianas intensificaram o bombardeio contra a usina, que está sob a proteção dos militares russos para prevenir o vazamento de material radioativo. Uma equipe de especialistas da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) deve inspecionar a usina nuclear nesta semana.