A investigação do Vaticano sobre os crimes cometidos internamente mostrou que o cardeal cometeu "grandes erros" na comunicação sobre os abusos, o que contribuiu para uma "crise de confiança" na Igreja Católica, mas que ele não "agiu contra a lei".
Por Redação, com ANSA - da Cidade do Vaticano
O papa Francisco decidiu manter o cardeal Rainer Maria Woelki, arcebispo da Diocese de Colônia, na Alemanha, em meio a um escândalo de abusos sexuais ocorridos no local, informam diversos jornais e sites alemães e vaticanos nesta sexta-feira. Porém, Woelki tirará um período de "pausa espiritual", que deve durar entre o início do mês de outubro e a quaresma de 2022. A investigação do Vaticano sobre os crimes cometidos internamente mostrou que o cardeal cometeu "grandes erros" na comunicação sobre os abusos, o que contribuiu para uma "crise de confiança" na Igreja Católica, mas que ele não "agiu contra a lei". O cardeal de Estocolmo, Anders Arborelius, e o bispo de Roterdã, Johannes van den Hende, que foram enviados pelo Papa para Colônia entre o fim de maio e o início junho, constataram que não houve "nenhuma ilegalidade" por parte de Woelki ao receber as denúncias, que foram apuradas, e que ele não tentou encobrir nenhum religioso ou laico sob suspeita. Francisco ainda "reconheceu a lealdade" de Woelki à Igreja e determinou que, temporariamente, a arquidiocese será gerida por um administrador. "Emergiu a determinação do arcebispo de enfrentar os crimes dos abusos, de cuidar das vítimas e de promover a prevenção", diz o site Vatican News. Após o anúncio, o arcebispo se manifestou, assumindo que "errou na comunicação e assumo a responsabilidade por isso". "Isso me faz mal ao coração porque provocou uma crise de confiança no Episcopado - e me dói muito", acrescentou. O líder católico ainda rejeitou a demissão dos bispos auxiliares Dominikus Schwaderlapp e Ansgar Putt, pois "foram constatados defeitos de gestão, mas não a intenção de cobrir abusos ou de ignorar as vítimas".