Anvisa registra vacina para prevenção de bronquiolite em bebês

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Publicado Segunda, 01 de Abril de 2024 às 12:15, por: CdB

O imunizante é indicado para a prevenção da doença do trato respiratório inferior em crianças desde o nascimento até os seis meses de idade por meio da imunização ativa em gestantes.


Por Redação, com ABr e Poder360 - de Brasília


A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) autorizou o registro da vacina Abrysvo, da farmacêutica Pfizer. A dose combate o vírus sincicial respiratório (VSR), causador de infecções no trato respiratório, como a bronquiolite. A resolução foi publicada nesta segunda-feira no Diário Oficial da União.




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Dose deve ser administrada na mãe durante a gestação

Em nota, a Anvisa destacou que a bronquiolite é uma inflamação dos brônquios que acomete com bastante preocupação crianças pequenas e bebês. O imunizante é indicado para a prevenção da doença do trato respiratório inferior em crianças desde o nascimento até os seis meses de idade por meio da imunização ativa em gestantes.


“Isso significa que, para a proteção das crianças, a aplicação da vacina deve ser feita nas mães, durante a gestação. A vacina não é aplicada diretamente nos bebês”, reforçou a agência. A dose também foi autorizada para a prevenção da doença do trato respiratório inferior em pessoas com 60 anos ou mais, população também considerada de risco para a doença.



A vacina


A vacina Abrysvo é descrita como bivalente, já que é composta por dois antígenos da proteína de superfície F do VSR. A administração é intramuscular e em dose única. Segundo a Anvisa, o imunizante deve ser aplicado durante o segundo ou terceiro trimestre da gestação.


“Como todo medicamento, foram observados alguns efeitos colaterais na administração do imunizante, sendo os mais comuns: dor no local da vacinação, dor de cabeça e dor muscular”, destacou a agência. “Ainda assim, a totalidade das evidências apresentadas à Anvisa foi capaz de demonstrar que os benefícios da vacina são superiores aos seus riscos.”


A Anvisa já havia autorizado o registro da vacina Arexvy, da farmacêutica GlaxoSmith Kline, também destinada à prevenção de doenças causadas pelo VSR, porém, com indicação restrita à população com idade superior a 60 anos.



Casos de síndrome respiratória aguda grave sobem no Brasil


O boletim InfoGripe da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) divulgado na última quinta-feira indica que os casos de SRAG (síndrome respiratória aguda grave) aumentaram em crianças, jovens e adultos em todo o país. O quadro é decorrente do crescimento, em diversos Estados, de diferentes vírus respiratórios como influenza (gripe), VSR (vírus sincicial respiratório) e rinovírus.


O boletim indica também uma tendência de queda de casos de SRAG na população a partir dos 50 anos, por conta da diminuição dos casos de covid nas regiões Centro-Oeste e Sudeste, e também de redução dos casos na região Sul.


De acordo com o coordenador do InfoGripe, Marcelo Gomes, essa conjuntura mascara o crescimento dos casos de SRAG pelos demais vírus respiratórios nessas faixas etárias, especialmente aqueles associados ao vírus influenza A.


– Esse cenário é fundamentalmente igual ao da semana passada. Manutenção de queda nas internações associadas à covid-19 no Centro-sul, contrastando com o aumento de VSR e rinovírus em praticamente todo o país (incluindo o Centro-sul) e influenza A no Norte, Nordeste, Sudeste e Sul – disse.


Nas cidades de São Paulo e do Rio, quando se estuda o total de novas internações por SRAG, sem a análise por faixa etária, observa-se cenário de estabilidade. Gomes afirmou que, na verdade, esse quadro decorre da queda na covid, camuflando o aumento nas internações pelos demais vírus respiratórios.


– Se olhamos apenas para as crianças, onde principalmente o VSR e o rinovírus estão mais presentes nas internações, vemos claramente o sinal de aumento expressivo de SRAG – disse o pesquisador.


Ele também destacou a importância dos cuidados para a prevenção: “Em casos de infecções respiratórias, sintomas de gripe e resfriados, deve-se procurar encaminhamento médico, além de manter repouso e usar uma boa máscara sempre que precisar sair de casa. A vacinação também é fundamental. A vacina da gripe está disponível em diversos locais”.



Mortalidade


A incidência de SRAG por covid mantém o cenário de maior impacto nas crianças de até dois anos e idosos a partir de 65 anos. O aumento da circulação do VSR tem levado a um crescimento expressivo da incidência de SRAG nas crianças pequenas, superando aquela associada à covid nessa faixa etária.


Outros vírus respiratórios com destaque para a incidência de SRAG nas crianças pequenas continuam sendo o Sars-CoV-2 (covid) e rinovírus. Já o vírus influenza vem aumentando a incidência de SRAG em crianças, pré-adolescentes e idosos. Quanto à mortalidade por SRAG tem se mantido significativamente mais elevada nos idosos, com amplo predomínio de covid.


Ao todo, 23 capitais do país apresentam crescimento nos casos de SRAG.




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