Amazônia queima e governo Bolsonaro, sem rumo, assiste à tragédia

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Publicado Domingo, 13 de Setembro de 2020 às 13:45, por: CdB

As queimadas são um fenômeno natural, geográfico e climático, que tende a piorar durante as secas, como as que ocorrem no momento. Neste período seria necessária a implementação de um plano estratégico para prevenção e combate deste desastre ambiental, afirmam especialistas.

Por Redação, com Sputnik Brasil - de Brasília
Apesar de reconhecer a importância dos recursos financeiros para uma boa gestão ambiental, especialistas destacaram problemas políticos e de liderança no ministério de Ricardo Salles à frente da pasta. O ministro solicitou ao Ministério da Economia, na semana passada a liberação de R$ 134 milhões para combater as queimadas na Amazônia e no Pantanal.
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Bombeiro do Ibama tenta controlar incêndio em trecho da floresta amazônica em Apuí, Amazonas
Este é o segundo pedido feito por Salles, em menos de dois meses, sob justificativa de que atuação da pasta pode ser afetada. Para Antonio Fernando Pinheiro Pedro, advogado especialista em Direito Ambiental, no entanto, os recursos solicitados por Salles não serão suficientes, pois o ministério estaria "sem rumo há muito tempo". — Para se ter uma ideia, o ministro está pedindo este aporte de verbas suplementar, quando ele sequer executou o orçamento do ministério. Ou seja, os projetos que estavam determinados para o ministério não estão sendo executados. Estamos sofrendo hoje no Ministério do Meio Ambiente um verdadeiro apagão gerencial — disse Antonio Fernando Pinheiro Pedro à agência russa de notícias Sputnik Brasil.

Monitoramento

O advogado destacou que as queimadas são um fenômeno natural, geográfico e climático, que tende a piorar durante as secas, como as que ocorrem no momento. Neste período seria necessária a implementação de um plano estratégico para prevenção e combate deste desastre ambiental. — Não é o que está acontecendo. Nós não realizamos este plano estratégico. Não aprendemos nada em relação ao ano anterior. E estamos distribuindo brigadas de incêndio que, literalmente, estão apagando o fogo quando ele surge. Ou seja, é um trabalho insano. Um trabalho de atender as demandas na medida que elas vão surgindo, sem que haja efetivamente uma ação de monitoramento global, uma ação estratégica que possa conter este fenômeno. O sistema, da maneira como está montado, na verdade vai ser um sumidouro do dinheiro público (…) Nenhum dinheiro será suficiente para atender esta demanda. Nós estamos queimando dinheiro — completou Pedro.
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