Alemanha lembra sobrevivente do Holocausto morto na Ucrânia

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Publicado Terça, 22 de Março de 2022 às 10:40, por: CdB

Boris Romantchenko, 96 anos, era engajado em manter viva memória das atrocidades nazistas. Parlamentares alemães disseram que sua morte em bombardeio russo "mostra o caráter criminoso" da invasão promovida pelo Kremlin.

Por Redação, com DW - de Berlim

O Bundestag (Parlamento alemão) prestou homenagem nesta terça-feira a Boris Romantchenko, um sobrevivente do Holocausto e de quatro campos de concentração nazistas morto em sua cidade natal de Kharkiv, na Ucrânia, por um bombardeio russo.
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Boris Romantchenko, 96 anos, era engajado em manter viva memória das atrocidades nazistas
– Sua morte nos lembra que a Alemanha tem uma responsabilidade histórica especial com a Ucrânia – disse a deputada Katrin Goering-Eckardt, do Partido Verde. – Boris Romantchenko é um dos milhares de mortos na Ucrânia (...) Cada vida que foi tirada nos lembra de fazermos tudo o que pudermos para deter esta guerra cruel que viola o direito internacional e para ajudar as pessoas dentro e fora da Ucrânia – afirmou ela. [embed]https://twitter.com/dw_brasil/status/1506292900807725062?ref_src=twsrc%5Etfw%7Ctwcamp%5Etweetembed%7Ctwterm%5E1506292900807725062%7Ctwgr%5E%7Ctwcon%5Es1_c10&ref_url=https%3A%2F%2Fwww.dw.com%2Fpt-br%2Falemanha-homenageia-sobrevivente-do-holocausto-morto-por-bomba-russa-na-ucrC3A2nia%2Fa-61215501[/embed] O ministro alemão das Finanças, Christian Linder, disse que o destino de Romantchenko, morto aos 96 anos, "mostra tanto o caráter criminoso da política russa como o motivo de a Alemanha estar demonstrando solidariedade à Ucrânia". Nascido em 1926 em uma aldeia próxima à cidade ucraniana de Sumy, Romantchenko foi feito prisioneiro pelos nazistas em 1941, quando o exército alemão lançou sua ofensiva contra a União Soviética.

Campos de concentração

Ele foi deportado para Dortmund, no oeste da Alemanha, para executar trabalhos forçados, e sobreviveu aos campos de concentração de Buchenwald, Peenemünde, Mittelbau-Dora e Bergen-Belsen. Ele relatou ter sido libertado por forças britânicas e americanas em 1945, pouco antes de seus algozes executarem um plano para envenenar muitos dos prisioneiros restantes. Após a guerra, ele se dedicou a manter viva a memória das atrocidades nazistas, e desempenhava um papel ativo em instituições como a Fundação Memorial Buchenwald e Mittelbau-Dora. Em seu site, a fundação escreveu: "Estamos de luto por nosso querido amigo. Ao seu filho e à sua neta, que nos contaram a triste notícia, desejamos-lhes força nestes tempos difíceis". Segundo seus familiares, Romantchenko morreu na sexta-feira, quando uma bomba russa atingiu o prédio em que ele vivia.
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