Agressores de Gil, após identificados, responderão a processo

Arquivado em:
Publicado Segunda, 28 de Novembro de 2022 às 11:20, por: CdB

Na breve entrevista, Gil falou em “deixar as ofensas pra lá”, mas a família do brasileiro já avisou que tomará providências judiciais contra os agressores. O cantor não estará presente ao terceiro jogo do Brasil na Copa, contra Camarões, na sexta-feira, mas promete voltar ao Qatar.

Por Redação, com agências internacionais - de Doha
Atacado por um grupo de seguidores do mandatário neofascista Jair Bolsonaro (PL) no jogo de estreia da seleção brasileira contra a Sérvia, na semana passada, Gilberto Gil chegou cedo ao estádio 974 para acompanhar o confronto entre Brasil e Suíça, pela segunda rodada do Grupo G da Copa do Mundo do Qatar.
gil.jpeg
Cantor e compositor, Gilberto Gil iniciou a carreira na década de 1960 e é um dos nomes mais festejados da música brasileira
Dessa vez, o artista não foi perturbado por radicais de ultradireita. Gil, de 80 anos, chegou ao 974 antes das 11h e se dirigiu à área de hospitalidade e dos camarotes do estádio. No percurso, o cantor e compositor, imortal pela Academia Brasileira de Letras, conversou com o jornalista Juca Kfouri, da agência brasileira de notícias Rede Brasil Atual (RBA). Na breve entrevista, Gil falou em “deixar as ofensas pra lá”, mas a família do brasileiro já avisou que tomará providências judiciais contra os agressores. O cantor não estará presente ao terceiro jogo do Brasil na Copa, contra Camarões, na sexta-feira, mas promete voltar ao Qatar, caso o Brasil vá avançando na torneio. — Estou indo para Paris amanhã (terça-feira) e, se a seleção fizer bons três próximos jogos, talvez eu volte — adiantou.

‘Coisa estúpida’

O artista já havia marcado presença na estreia da seleção brasileira, quando foi hostilizado por um grupo de apoiadores de Jair Bolsonaro (PL) nos corredores do estádio Lusail Iconic, palco da vitória de 2 a 0 do Brasil sobre a Sérvia. Gilberto Gil se pronunciou após ser hostilizado e agradeceu a solidariedade de amigos e fãs, além de classificar a agressão verbal dos bolsonaristas como “uma coisa estúpida”. Um dos responsáveis pelas agressões verbais a Gilberto Gil já foi identificado. Trata-se do empresário Ranier Lemache, franqueado da rede de pizzaria Domino's. Ele admitiu que esteve com o grupo, mas negou que tenha ofendido o artista mas, caso comprovada a agressão, tanto ele quanto os demais detratores poderão pegar até um ano cadeia, de acordo com o artigo 329 do Código Penal do Qatar. Lemache, que aparece no vídeo em que Gilberto Gil e a mulher dele, Flora Gil, 62, sofreram ataques verbais no Qatar, afirmou no Twitter que não xingou o casal. Na véspera, ele disse que tem opinião política divergente da do cantor, mas que apenas “exaltou” Bolsonaro. "Gostaria de me solidarizar com o sr. Gilberto Gil e sua família em virtude da ofensa que a ele fora proferida, uma vez que eu também não gostaria de ouvi-la. No entanto, estão veiculando à minha imagem essa ofensa — o que não é verdade”, escreveu o empresário.

Terceiro turno

O empresário é sócio de diversas filiais das redes Domino’s Pizza e Spoleto espalhadas pelo Rio de Janeiro e seu prejuízo será ainda maior caso tenha os contratos rescindidos. Gil, depois de agredido, fez um vídeo comentando os ataques. — Nossos agradecimentos, meu e da Flora, enfim por essa solidariedade diante dessa agressão, dessa coisa estúpida — criticou. O cantor também afirmou que a situação pela qual passou é o “terceiro turno” de eleitores inconformados que perpetuam mais um capítulo "dessa sequência de ódio que é o que eles gostam de fazer”. Ex-ministro da Cultura no governo Lula, Gil apoiou a eleição do ex-presidente para o terceiro mandato que se inicia em janeiro do ano que vem.
Edição digital

 

Utilizamos cookies e outras tecnologias. Ao continuar navegando você concorda com nossa política de privacidade.

Concordo