As ações da Teixeira Duarte disparavam 14,45% com o anúncio da venda de sua participação de 22,7% na Cimpor ao grupo brasileiro Camargo Correa.
– O anúncio de hoje revela um acordo a um preço bastante interessante (6,5 euros por ação), com uma venda que tem um impacto significativo numa empresa com a dimensão da Teixeira Duarte – disse João Lampreia, analista no Banco BIG.
A Camargo Corrêa anunciou esta manhã ter chegado a um acordo com a Teixeira Duarte para a compra da participação na Cimpor por 6,5 euros por ação. A Cimpor é alvo de uma oferta hostil por parte da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), que oferece 5,75 euros por cada ação da empresa portuguesa, avaliando a cimenteira líder de Portugal em 3,86 bilhões de euros.
A oferta da CSN, apresentada em dezembro, foi rejeitada pelo conselho de administração da Cimpor.
– Quando estávamos no período inicial da oferta pública de aquisição (OPA) da CSN, um cenário agora mais afastado, a Teixeira Duarte já tinha tocado nesses níveis – acrescentou Lampreia.
Paulo Agostinho, operador da GoBulling, afirmou que apesar da probabilidade de sucesso da oferta da CSN ser menor, "se o valor das ações da Cimpor prevalecer abaixo do valor da proposta da CSN, vai haver quem entregue papel na OPA".
As ações da Cimpor caiam 4,75% às 10h05 (horário de Brasília) em Lisboa, cotadas a 5,56 euros.
Acordo
A Camargo Corrêa, após anunciar a compra das ações, afirmou que o acordo prevê que a participação adquirida por ser ampliada em até mais 3% do capital da Cimpor detidos por terceiros. A companhia brasileira afirmou no comunicado que tem "estratégia que permita lançar bases de um projeto industrial sustentado, de longo prazo e de elevada criação de valor para ambas as empresas" e acionistas.
No início do mês, o também brasileiro grupo Votorantim, maior produtor de cimento do Brasil, anunciou que fechou acordo com a francesa Lafarge para ficar com uma participação de 17,3% na Cimpor.
A empresa também obteve acordo com a estatal portuguesa Caixa Geral de Depósitos (CGD), detentora de 9,6% das ações da Cimpor, que estabelece que a Votorantim terá que permanecer como acionista minoritária na empresa portuguesa.
Enquanto isso, a CSN recorreu na véspera ao Cade para paralisar no Brasil os efeitos da compra da participação na Cimpor pela Votorantim. A oferta da CSN, que para ser bem sucedida precisa contar com apoio de 50% mais uma ação da Cimpor, expira em 17 de fevereiro.
A Cimpor é o terceiro maior produtor de cimento do Brasil e a Camargo Corrêa ocupa a quarta posição, segundo dados do Sindicato Nacional da Indústria do Cimento (SNIC).
Rio de Janeiro, Quinta, 02 de Maio de 2024
Ações da Teixeira Duarte disparam após anúncio da Camargo Correa
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Publicado Quarta, 10 de Fevereiro de 2010 às 09:26, por: CdB
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