Ações do Credit Suisse desabam em meio a risco de falência

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Publicado Quarta, 15 de Março de 2023 às 12:13, por: CdB

As ações do Credit Suisse despencaram até 24% nesta quarta-feira em Zurique, para uma nova mínima recorde. Perto das 17h10 no horário da Suíça (13h10 no Brasil), a queda estava na casa de 22%.


Por Redação, com Bloomberg - de Londres

O maior acionista do Credit Suisse (CS) descartou a possibilidade de investir mais no banco suíço depois que o valor de sua participação despencou mais de um terço nos últimos três meses.

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O Credit Suisse amarga sua pior desvalorização e mobiliza investidores ao redor do mundo


— A resposta é absolutamente não, por muitas razões além da mais simples, que é a regulatória e estatutária — disse o presidente do Saudi National Bank, Ammar Al Khudairy, em entrevista à agência norte-americana de notícias Bloomberg, nesta quarta-feira. Essa foi sua resposta a uma pergunta sobre se o banco saudita estaria aberto a novas injeções de capital se houvesse outro pedido de liquidez adicional.

As ações do Credit Suisse despencaram até 24% nesta quarta-feira em Zurique, para uma nova mínima recorde. Perto das 17h10 no horário da Suíça (13h10 no Brasil), a queda estava na casa de 22%.

Ativos arriscados


O índice europeu Stoxx 600 recuava cerca de 2,5%, enquanto o que concentra ações de bancos do continente caía 5%; o S&P 500 e a Nasdaq 100 tinham queda de 1,8% e 1,2%, respectivamente, por volta do meio-dia no horário de Brasília. Os preços de títulos soberanos dos EUA e da Alemanha subiam, como reflexo da busca de investidores por ativos considerados menos arriscados.

E o custo de proteger os títulos de dívida do banco contra inadimplência no curto prazo, através de contratos de swaps conhecidos como CDS, se aproximou de um nível que normalmente sinaliza sérias preocupações dos investidores.

O custo do CDS de curto prazo está cerca de nove vezes maior que para o Deutsche Bank e 18 vezes o custo para dívida do UBS. A curva do CDS também está profundamente invertida, o que significa que custa mais proteger contra uma hipotética quebra imediata do banco do que para um default mais adiante.

Patrimônio


Faz apenas alguns meses que o banco embarcou em um complexo plano de recuperação, incluindo a cisão do negócio de banco de investimento, enquanto se concentra em sua unidade de gestão de patrimônio.

Analistas apontam para os riscos de execução do plano, enquanto o banco ainda luta para conter saques de clientes, após ser prejudicado por rumores que circularam nas redes sociais no final do ano passado sobre sua saúde financeira.

O CEO Ulrich Koerner disse, na véspera, que a posição financeira do banco é sólida, incluindo o chamado índice de cobertura de liquidez, que pode ser utilizado para cumprir suas obrigações, em cerca de 150%. O Saudi National Bank, que é 37% de propriedade do fundo soberano saudita, tornou-se o maior acionista do Credit Suisse no final do ano passado, depois de adquirir uma participação de 9,9%.

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