Ação de escravagistas na fronteira do RS é alvo de novo inquérito

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Publicado Sábado, 11 de Março de 2023 às 13:10, por: CdB

Dos resgatados, todos homens, 10 eram adolescentes com idades entre 14 e 17 anos. Eles trabalhavam fazendo o corte manual do arroz vermelho e a aplicação de agrotóxicos, sem equipamentos de proteção, e chegavam a andar jornadas extenuantes antes mesmo de chegarem à frente de trabalho.


Por Redação, com ABr - de Porto Alegre

A operação conjunta entre o Ministério Público do Trabalho, o Ministério do Trabalho e Emprego e a Polícia Federal em Uruguaiana (RS) que resgatou, na véspera, 56 trabalhadores em condições análogas à escravidão em duas fazendas de arroz no interior do município prosseguia neste sábado, com a entrega dos relatórios às instâncias judiciais.

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A ação de agentes públicos libertou do regime semelhante à escravidão os trabalhadores na lavoura do arroz, no interior gaúcho


Dos resgatados, todos homens, 10 eram adolescentes com idades entre 14 e 17 anos. Eles trabalhavam fazendo o corte manual do arroz vermelho e a aplicação de agrotóxicos, sem equipamentos de proteção, e chegavam a andar jornadas extenuantes antes mesmo de chegarem à frente de trabalho.

Segundo dados da fiscalização do trabalho, este é o maior resgate de trabalhadores em condições análogas à escravidão já registrado em Uruguaiana. O MPT-RS foi representado na ação pelos procuradores Franciele D’Ambros e Hermano Martins Domingues.

‘Gato’


A operação foi realizada nas estâncias Santa Adelaide e São Joaquim, em Uruguaiana, após uma denúncia informar a presença dos jovens na propriedade, em trabalho irregular e sem carteira assinada. O grupo móvel de fiscalização se dirigiu ao local e encontrou não apenas os adolescentes, mas trabalhadores adultos em situação análoga à escravidão.

Os trabalhadores eram da própria região, oriundos de Itaqui, São Borja, Alegrete e da própria Uruguaiana, recrutados por um “gato”, um agenciador de mão de obra equivalente à escravidão que atuava na fronteira oeste do Rio Grande do Sul.

Eles faziam o corte manual do arroz vermelho com instrumentos completamente inapropriados (muitos usavam apenas uma faca doméstica de serrinha), além de aplicar agrotóxicos com as mãos.

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