A manobra, articulada pelo senador Rogério Marinho (PL-RN) e fechada durante reunião do tucanato com Bolsonaro, também incluiu uma audiência com o presidente nacional do PL, Valdemar Costa Neto, no fim de junho, pelas costas da senadora que, à época, integrava uma comitiva oficial do Senado aos EUA.
Por Redação – de Campo Grande
A disputa pela prefeitura da capital sul-matogrossense rachou a relação de três ex-ministros do governo passado e a direita que, até então, estava unida no Estado. Com aval e participação direta do ex-presidente Jair Bolsonaro, o PL traiu o compromisso com a senadora Tereza Cristina (PP-MS) e se aliou ao PSDB.
A manobra, articulada pelo senador Rogério Marinho (PL-RN) e fechada durante reunião do tucanato com Bolsonaro, também incluiu uma audiência com o presidente nacional do PL, Valdemar Costa Neto, no fim de junho, pelas costas da senadora que, à época, integrava uma comitiva oficial do Senado aos EUA.
Aliada e ex-ministra da Agricultura de Bolsonaro, Tereza Cristina havia acertado com o ex-mandatário e com Costa Neto o apoio do PL à reeleição da prefeita de Campo Grande, Adriane Lopes (PP). Antes de a senadora chegar de volta ao Brasil, porém, o acordo foi desfeito.
— Tínhamos um acordo muito avançado para ser fechado. O PL não quis fechar. Fechou com o PSDB. Ótimo. Continuamos com a prefeita. Ponto. E vamos ganhar a eleição — afirmou Tereza Cristina, ao diário conservador paulistano Folha de S. Paulo.
‘Panos quentes’
Questionada se a traição de Bolsonaro abalou o relacionamento entre os integrantes da direita, a senadora preferiu colocar ‘panos quentes’.
— Ele (Bolsonaro) tem as razões dele, do PL. Tenho as minhas, do PP. Nacionalmente, temos um alinhamento. No Estado, vamos andar separados. Cada um escolhe com quem anda — acrescentou.
Mas o ex-ministro-chefe no governo Bolsonaro Ciro Nogueira não perdoou Marinho.
— Como diz meu pai: quem tem com quem me pague não me deve nada — encerrou ele.