Tears for Fears original lança 1º álbum em 15 anos

Arquivado em: Arquivo CDB
Publicado sábado, 5 de março de 2005 as 16:36, por: CdB

Foram três álbuns, The Hurting (1983), Songs From The Big Chair (1985) and The Seeds of Love (1989), que construíram a reputação da dupla britânica Tears for Fears e seu legado como autores de alguns dos sucessos mais marcantes da década.

Hits como Mad World, Shout, Everybody Wants to Rule the World e Sowing the Seeds of Love garantiram posições no topo da parada de sucessos tanto nos Estados Unidos como na Grã-Bretanha.

Mas as brigas entre Roland Orzabal e Curt Smith, que ficaram mais intensas depois da gravação do álbum The Seeds of Love, forçaram a separação da dupla em 1990. Seguiram-se anos de trocas de farpas que levaram críticos a acreditar que os dois estavam fadados a nunca mais se reunir.

Não é à toa que muitos ficaram espantados quando Orzabal e Smith anunciaram o lançamento de seu novo álbum, que chega às lojas da Grã-Bretanha nesta segunda-feira.

“Cansados”

“Eu acho que só estávamos cansados um do outro naquela época”, disse Curt Smith à BBC, lembrando os tempos de The Seeds of Love.

“Nos estávamos tocando juntos desde que tínhamos 14 anos. Acho que existia um desejo de criar uma identidade própria nossa, individual, em vez de ser ‘aquele cara do Tears For Fears’.”

“Fazer The Seeds of Love foi tão torturante e custou uma quantidade imensa de dinheiro”, completou Orzabal. “Foi um imenso teste para todo mundo e acho que nós dois sentimos que poderíamos fazer música por fazer música, simplesmente, e fazer mais dinheiro.”

No período da separação, Smith se mudou da Grã-Bretanha para os Estados Unidos, onde trabalhou em outros projetos, enquanto Orzabal lançaria sem seu parceiro ainda mais dois álbuns com canções inéditas como sendo do Tears For Fears – Elemental (1993) e Raoul and The King of Spain (1995) – e dois álbuns de compilação.

Um terceiro álbum lançado por Orzabal no período, Saturnine, Martial and Lunatic (1996) não figura no site oficial da banda como parte da discografia do Tears for Fears.

Os dois voltariam a trabalhar apenas em 2000, colaborando com o guitarrista Charlton Pettus – parceiro de Smith em um de seus projetos dos últimos anos, a banda Mayfield -, que divide com os dois os créditos de algumas músicas do álbum (Closest Thing to Heaven, Who You Are) e também co-produziu o álbum.

Beatles

Para os integrantes da banda, a inteção com Everybody Loves a Happy Ending foi “lembrar as pessoas da época em que saímos de cena, o final dos anos 80”, disse Orzabal.

“Nós poderíamos ter feito um trabalho com sintetizador, frágil e purista, e ele seria um trabalho como os que estão na moda hoje. Mas não (fizemos isso).”

Além disso, o novo álbum, especialmente a faixa Closest Thing to Heaven, lembra Sowing the Seeds of Love, o hit do álbum The Seeds of Love, ao ecoar uma sonoridade associada aos Beatles.

Os próprios músicos reconhecem a influência. No site oficial da banda, Orzabal afirmou que, quando a dupla fez Sowing The Seeds of Love, buscou inspiração especificamente no trabalho de John Lennon.

“E eu diria que a principal influência deste (novo) álbum foi Paul McCartney, porque eu acho que McCartney é o novo Lennon”, disse ele.

Mas o trabalho de retorno do Tears for Fears parece não ter agradado muito aos fãs britânicos, que tiveram uma primeira amostra com um single lançado na semana passada, trazendo a música Closest Thing to Heaven.

O single penou para marcar presença na parada britânica, ficand