Novos gestores descobrem que dívida total da Americanas é ainda maior

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Publicado quinta-feira, 2 de fevereiro de 2023 as 16:53, por: CdB

O montante de R$ 6,6 bi a mais no valor da dívida foi descoberto em um pente fino feito pela equipe em questão na lista de dívidas e credores apresentada pela própria Americanas. A diferença já foi informada via petição à 4ª Vara Empresarial da cidade do Rio de Janeiro.

Por Redação – de São Paulo

A dívida total da Americanas é ainda maior do que aquela definida no pedido de recuperação judicial, que citava o valor de R$ 41,2 bilhões. De acordo com a equipe de administração judicial do processo de recuperação. O rombo é, na verdade, de R$ 47,9 bilhões, segundo os novos gestores.

Ambev
Maior cervejeira da América Latina, a Ambev está na mira do fisco por suposto desvio de impostos

O montante de R$ 6,6 bi a mais no valor da dívida foi descoberto em um pente fino feito pela equipe em questão na lista de dívidas e credores apresentada pela própria Americanas. A diferença já foi informada via petição à 4ª Vara Empresarial da cidade do Rio de Janeiro, responsável por acompanhar a recuperação judicial da empresa.

Questionada sobre a discrepância nos valores, a Americanas alegou que os R$ 6,6 bilhões a mais “se devem ao valor total de debêntures nas quais a Americanas S.A é devedora das empresas JSM Global e B2W Digital Lux, que integram o grupo Americanas e também estão sob recuperação judicial”, ainda de acordo com a Folha.

Ambev

Depois do déficit superior a R$ 40,5 bilhões que levou as Lojas Americanas à beira da falência, a suspeita agora recai sobre a Ambev. A maior cervejaria da América Latina tem em comum com a rede de lojas a presença da 3G Capital, dos bilionários Jorge Paulo Lehmann, Beto Sucupira e Marcel Telles.

A nova denúncia contra a Ambev partiu da Associação Brasileira da Indústria da Cerveja (CervBrasil). Conforme publicado na revista semanal de ultradireita Veja, na véspera, o rombo estimado na companhia seria de R$ 30 bilhões, decorrentes de manobras tributárias por parte da gigante de bebidas.

A CervBrasil contratou a consultoria AC Lacerda, que identificou dívida bilionária em impostos federais, estaduais e municipais. A associação acusa a Ambev de inflacionar, intencionalmente, os preços dos componentes usados na produção de bebidas, passíveis de isenção e geração de créditos fiscais, na Zona Franca de Manaus.

Impostos

De acordo com o diretor-geral da CervBrasil, Paulo Petroni, pelo menos desde 2017 relatórios de fiscalização da Receita Federal apontam “bilhões e bilhões de ilícitos tributários cometidos pelos fabricantes de concentrados de refrigerantes na Zona Franca de Manaus”. Os balanços da Ambev, no entanto, não registram essas quantias devidas ao erário público.

A Ambev nega a acusação, pois se coloca entre as cinco maiores pagadoras de impostos no país. “Calculamos todos os nossos créditos tributários estritamente com base na lei. Nossas demonstrações financeiras cumprem com todas as regras regulatórias e contábeis, as quais incluem a transparência do contencioso tributário”, disse a companhia em nota, nesta manhã.

Escaldados com o escândalo das Americanas, no entanto, os investidores da Ambev acusaram o golpe. Perto do fechamento do pregão anterioir, as ações da Ambev caiam 3,59% na Bolsa de Valores de São Paulo (B3), após a divulgação do rombo. Em comparação, as ações das Americanas, cotadas a R$ 12 antes do anúncio do rombo, caíram quase 80% em um mês.

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