O mercado financeiro projetava avanço de 0,28%, conforme a mediana de pesquisa da agência norte-americana de notícias Bloomberg. O intervalo das previsões ia de 0,18% a 0,33%. A taxa de 0,13% é a menor para meses de setembro desde 2022, quando houve baixa (deflação) de 0,37%.
Por Redação, com ABr – do Rio de Janeiro
Um indicador da inflação oficial do país, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) surpreendeu economistas, nesta quarta-feira, ao perder força e registrar inflação menor do que a esperada em setembro. A alta dos preços foi de 0,13% neste mês, aponta o relatório do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O mercado financeiro projetava avanço de 0,28%, conforme a mediana de pesquisa da agência norte-americana de notícias Bloomberg. O intervalo das previsões ia de 0,18% a 0,33%. A taxa de 0,13% é a menor para meses de setembro desde 2022, quando houve baixa (deflação) de 0,37%. O IPCA-15 havia mostrado avanço de 0,19% em agosto de 2024.
Abertura
Com o resultado de setembro, o índice desacelerou a 4,12% no acumulado de 12 meses. O patamar era de 4,35% na divulgação anterior. Relatório do banco Itaú afirma que o IPCA-15 veio “com abertura bem melhor do que a esperada”.
— Parte da surpresa baixista pode ser atribuída a volatilidade de itens específicos, como cinema e seguro de veículos — diz a análise, assinada pela economista Luciana Rabelo.
Dos 9 grupos de produtos e serviços do IPCA-15, 7 tiveram alta de preços em setembro. A maior variação e o principal impacto vieram de habitação (0,5% e 0,08 ponto percentual). O segmento foi pressionado pela energia elétrica residencial, que passou de queda de 0,42% em agosto para alta de 0,84% em setembro.
Conta de luz
A entrada em vigor da bandeira vermelha patamar 1 encareceu as contas de luz neste mês. Outro destaque veio do grupo alimentação e bebidas, que registrou leve aumento de preços (0,05% e 0,01 ponto percentual) após dois meses de queda.
A alimentação no domicílio, que integra esse ramo, teve variação de -0,01% em setembro. O dado mostra um recuo bem menos intenso do que o verificado no mês anterior (-1,3%).
O IBGE destacou as baixas da cebola (-21,88%), da batata-inglesa (-13,45%) e do tomate (-10,7%), enquanto mamão (30,02%), banana-prata (7,29%) e café moído (3,32%) ficaram mais caros. A alimentação fora do domicílio, por sua vez, permaneceu em alta em setembro (0,22%), mas em um ritmo menos acelerado do que em agosto (0,49%).
Economistas dizem que a crise climática pode pressionar a inflação de parte dos alimentos e da energia elétrica. O país vive seca de proporções históricas e avanço de queimadas. O quadro desafia a produção agropecuária e a geração de eletricidade.