Rio de Janeiro, 27 de Setembro de 2024

Bombardeios de Israel no Líbano deixam mortos e feridos

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Segunda, 23 de Setembro de 2024 às 11:02, por: CdB

Os mais recentes ataques ocorreram em meio a algumas das mais pesadas trocas de disparos na fronteira em quase um ano de conflito, que se desenrola junto com a guerra entre Israel e o Hamas em Gaza.

Por Redação, com Reuters  e ANSA– de Beirute

Israel desencadeou sua mais ampla onda de ataques aéreos contra o Hezbollah nesta segunda-feira, deixando ao menos 356 mortos, segundo contagem libanesa, e advertiu os cidadãos a deixar as áreas onde afirma que o grupo armazena armas.

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Ampla onda de ataques aéreos contra Hezbollah foi feita nesta segunda

Os mais recentes ataques ocorreram em meio a algumas das mais pesadas trocas de disparos na fronteira em quase um ano de conflito, que se desenrola junto com a guerra entre Israel e o Hamas em Gaza.

– Estamos aprofundando nossos ataques no Líbano, as ações continuarão até atingirmos nosso objetivo de permitir o retorno dos moradores do norte em segurança para suas casas – disse o ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant, em vídeo divulgado por seu gabinete.

– Estes são dias em que a população israelense terá que mostrar calma.

Ele falou depois que militares israelenses atacaram o Hezbollah, apoiado pelo Irã, no sul do Líbano, no leste do vale de Bekaa e na região norte, perto da Síria.

O Ministério da Saúde do Líbano informou que pelo menos 100 pessoas foram mortas, incluindo mulheres, crianças e médicos, e mais de 300 ficaram feridas nos ataques de Israel hoje.

O porta-voz do Exército israelense Avichay Adraee afirmou, em post no X, que até agora mais de 300 alvos do Hezbollah foram atingidos após o aviso anterior de que ataques aéreos em casas no Líbano, nas quais “o Hezbollah escondia armas”, eram iminentes.

Em resposta, o Hezbollah disse que havia lançado foguetes em postos militares israelenses.

Hezbollah

Moradores do sul do Líbano receberam ligações de um número libanês, ordenando que se distanciassem imediatamente mil metros de qualquer posto usado pelo Hezbollah, disse um repórter da agência inglesa de notícias Reuters no sul do país, que recebeu a ligação.

Chamadas de retirada foram recebidas em telefones que chegam até a capital libanesa, Beirute.

O ministro da informação do Líbano, Ziad Makary, afirmou que seu ministério havia recebido ligação semelhante ordenando a saída do prédio, mas disse que o ministério não faria nada disso. “É uma guerra psicológica”, disse Makary à Reuters.

Uma libanesa que mora na área de Manara, em Beirute, disse que a família recebeu uma ligação em seu telefone fixo.

– Eles ficaram assustados, eu também estou assustada porque pensamos que, de alguma forma, a área em que vivemos é segura porque estamos cercados por embaixadores – disse a moradora.

Líbano arrisca se tornar ‘outra Gaza’, diz António Guterres

O secretário-geral da ONU, António Guterres, alertou no domingo que o Líbano arrisca se tornar uma nova Faixa de Gaza, em meio à escalada dos ataques de Israel contra o grupo xiita Hezbollah.

A declaração foi dada em entrevista à CNN, às vésperas do início da Assembleia-Geral das Nações Unidas, em Nova York.

– O que me preocupa é a possibilidade de transformar o Líbano em outra Gaza – afirmou Guterres, após uma onda de bombardeios israelenses que deixaram cerca de 50 mortos desde a última sexta-feira, incluindo comandantes de alto escalão do Hezbollah.

O grupo xiita é apoiado pelo Irã e aliado do Hamas na Faixa de Gaza, onde a guerra iniciada em 7 de outubro, após atentados com 1,2 mil mortos em Israel, já fez mais de 41 mil vítimas, em sua maioria civis.

– Está claro para mim que nenhum dos dois lados (Israel e Hamas) está interessado em um cessar-fogo, e isso é uma tragédia, porque essa guerra precisa parar – disse Guterres.

O premiê israelense, Benjamin Netanyahu, já reiterou em diversas ocasiões que não vai parar a guerra enquanto não resgatar os cerca de 100 reféns remanescestes em Gaza e não aniquilar o Hamas.

– Metade dos reféns mantidos como prisioneiros em Gaza ainda está viva – declarou o primeiro-ministro em uma reunião a portas fechadas da Comissão de Relações Exteriores do Parlamento, segundo a emissora Kan.

Enquanto isso, a tensão segue alta na fronteira libanesa, com mais de 150 mísseis lançados pelo Hezbollah desde a noite de sábado. Segundo o grupo, alguns foguetes atingiram complexos industriais militares em Israel, em resposta à explosão coordenada de pagers e walkie-talkies que deixou dezenas de mortos no Líbano na semana passada.

No entanto, o presidente de Israel, Isaac Herzog, negou “categoricamente qualquer conexão” do país com o ataque aos dispositivos eletrônicos. Netanyahu, por sua vez, disse que o Hezbollah sofreu “uma série de golpes inimagináveis”. “Se eles não tinham entendido a mensagem, garanto que agora entenderão”, salientou.

Al Jazeera

Em meio à escalada da tensão no Oriente Médio, militares israelenses invadiram a sede da emissora árabe Al Jazeera, do Qatar, em Ramallah, na Cisjordânia ocupada, para notificar sobre o fechamento do canal por 45 dias.

A chegada dos soldados foi transmitida ao vivo pela rede, que definiu o episódio como “criminoso”. Em maio, o governo israelense havia proibido o funcionamento da Al Jazeera no país com o argumento de riscos à segurança nacional.

A emissora, que já perdeu quatro jornalistas mortos na cobertura da guerra em Gaza, nega a acusação.

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