Os policiais estavam fortemente armados com calibres 12, submetralhadoras, pistolas e bombas. Eles ameaçaram os moradores e agrediram os trabalhadores que formaram resistência contra a invasão.
Por Redação, com Brasil de Fato – de Brasília
No início da noite de sábado, uma ação policial deixou os moradores do Acampamento Marielle Vive, em Valinhos, em São Paulo, feridos e assustados. Enquanto a comunidade ajudava o Corpo de Bombeiros a combater um incêndio na vizinhança, a PM invadiu o acampamento e, segundo os trabalhadores acampados, agiu com truculência.
– O fogo tinha começado mais ou menos uma hora antes desse incidente. As famílias estavam todas concentradas lá para apagar o fogo formando brigadas junto com os bombeiros. De repente, foram surpreendidas com um grupo na portaria. Era a polícia chegando com uma truculência impressionante e forçando a entrada do acampamento – afirmou Gerson Oliveira, da direção estadual do MST, em São Paulo.
Em nota publicada nas redes sociais, o MST informou que a polícia chegou ao local com 10 viaturas e cinco motocicletas. Os policiais estavam fortemente armados com calibres 12, submetralhadoras, pistolas e bombas. Eles ameaçaram os moradores e agrediram os trabalhadores que formaram resistência contra a invasão. Alguns deles ficaram feridos.
A direção do movimento não sabe informar quantos foram atingidos e qual o estado de saúde deles no momento.
Ainda na nota, o MST questionou a legalidade da ação policial e levantou suspeita sobre uma possível ação coordenada, entre a operação policial contra o acampamento e a ocorrência do incêndio.
– O argumento dado foi de que eles precisavam entrar para fazer a proteção dos bombeiros que estavam dentro. Coisa que nunca vimos. Perguntado para os bombeiros, eles disseram que não chamaram a polícia, não foram eles. Mas havia cerca de dez viaturas na frente, com armas de calibre pesado e a ameaçando tirar as pessoas se não deixassem eles entrarem. Ficaram fazendo pressão, engatilhando as armas, sacando as bombas que seriam possivelmente atiradas e assim por diante – afirmou Gerson.
Vegetação queimados
O MST calcula que foram 800 mil metros de vegetação queimados. O fogo atingiu um barraco das famílias e também queimou áreas de produção do acampamento. O movimento fará mutirões para o plantio de mudas e reflorestamento.
Além disso, o MST vai cobrar a investigação sobre origem do fogo e também sobre a operação policial, além de cobrar mais agilidade do Incra na regularização das famílias acampadas.
O Brasil de Fato entrou em contato com Secretaria de Segurança Pública de São Paulo, para obter mais informações sobre a ação policial, e até o momento na obteve resposta.